Em setembro, pelo quarto mês consecutivo, evoluiu positivamente – de 76,1 pontos em agosto para 77,5 pontos – o Índice de Confiança da Construção (ICST) apurado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A marca registrada pelo ICST ainda está no campo negativo (a linha de corte é de 100 pontos), mas já voltou ao nível de abril de 2015 e revelou melhora disseminada da percepção das 702 empresas consultadas.
A coordenadora de Projetos de Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo, ressaltou outro fato: o ICST de setembro mostrou “a sexta alta consecutiva da confiança no segmento Preparação de Terreno, que antecede o início de obras, o que pode significar um cenário menos negativo para as empresas de construção neste segundo semestre”.
A evolução favorável do indicador se deu tanto na percepção do momento presente quanto das perspectivas de curto prazo. O Índice de Expectativas atingiu 89,2 pontos, com destaque para a demanda prevista para os três meses seguintes (ou seja, para o último trimestre de 2017), que avançou 3,9 pontos em relação a agosto e 10,1 pontos entre dezembro de 2016 e setembro de 2017.
Mas, se ainda está em nível insatisfatório o uso da capacidade instalada, de 65,6 pontos ou 6 pontos abaixo da média histórica, o indicador de uso de mão de obra revelou bom comportamento, sob influência dos subitens Obras de Infraestrutura para Energia Elétrica e para Telecomunicações e Obras de Arte Especiais (como pontes, viadutos e túneis).
No conjunto, os indicadores do setor de construção da FGV/Ibre mostram que a atividade ainda é fraca e que a recuperação tende a ser paulatina, dependendo de fatos novos.
Entre os fatos positivos está a baixa inflação medida pelo Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) de setembro, com variação de 0,14%, inferior à de agosto (0,4%), indicando que estão controladas as pressões sobre o custo das obras. Em 12 meses, até setembro, o INCC subiu 4,13%, enquanto o subitem Materiais, Equipamentos e Serviços evoluiu 1,71%. Uma novidade negativa é a redução do porcentual financiável do preço dos imóveis usados pela Caixa Econômica Federal, maior agente do crédito imobiliário. Do ritmo de retomada da atividade dependerá a intensidade da reativação do mercado de imóveis.
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