Notícia: Banco Central deve manter pela terceira vez consecutiva taxa básica de juros em 6,5% ao ano, aposta mercado

Comitê se reúne nesta quarta-feira; resultado deve ser divulgado após as 18h. Definição da taxa de juros pelo Banco Central tem como objetivo atingir meta de inflação de 4,5% no ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter, nesta quarta-feira (1º), os juros básicos da economia em 6,50% ao ano, de acordo com a previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro.

Se a estimativa se confirmar, essa será a terceira manutenção seguida da taxa Selic, que, mesmo assim, continuará no menor nível da série histórica do Banco Central – que teve início em 1986.

A decisão do Copom será anunciada após as 18h desta quarta.

O mercado financeiro avalia ainda que os juros devem permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018. Para o fechamento do próximo ano, porém, a estimativa dos economistas para os juros básicos está em 8% ao ano. Ou seja, a expectativa é de alta nos juros em 2019.

Em junho, Copom manteve Selic em 6,5% ao ano; se previsão de economistas se confirmar, taxa de juros será mantida nesta quarta-feira

Como a decisão é tomada

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%.

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o BC reduz os juros; quando estão acima da trajtetória esperada, a taxa Selic é elevada.

A previsão dos economistas para a inflação de 2018, que estava abaixo de 4% nos primeiros meses deste ano devido ao fraco nível de atividade, subiu depois da greve dos caminhoneiros – que gerou forte repique no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho. Naquele mês, o IPCA somou 1,26% – a maior taxa para o mês desde 1995.

Além da alta mensal em junho, outro fator que pode impulsionar a inflação é o aumento do dólar neste ano, fruto de tensões externas e de incertezas sobre o cenário eleitoral.

Entretanto, o dólar, que chegou a operar próximo de R$ 4 no começo do mês passado, apresentou recuo nas últimas semanas e oscila atualmente em torno de R$ 3,75, aliviando um eventual impacto inflacionário.

Se por um lado a greve dos caminhoneiros e o dólar pressionam a inflação, por outro o cenário de baixo crescimento da economia, com o desemprego ainda alto, atuam na direção contrária, atenuando as altas de preços.

Medindo todos estes fatores que têm impacto na inflação, o mercado financeiro prevê um IPCA de 4,11% para 2018, ainda abaixo da meta central de 4,5% e também do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para este ano.

Para 2019, ano que começa a ganhar força na definição da taxa de juros, pois as decisões do Copom demoram cerca de seis meses para terem impacto pleno na economia, a estimativa de inflação do mercado está em 4,10% – também abaixo da meta central de 4,25% e do teto dedo de 5,75% do ano que vem.

Rendimento da poupança

Se confirmada a nova manutenção dos juros nesta quarta, o rendimento da poupança também deverá permanecer o mesmo.

Pela regra atual, em vigor desde 2012, os rendimentos da poupança estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.

Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

A medida visa evitar que a poupança fique mais atrativa que os demais investimentos, cujos rendimentos caem junto com a Selic. Sem o redutor, a poupança passaria a atrair recursos de grandes poupadores, que deixariam de comprar títulos públicos.

Se o juro básico da economia continuar em 6,50% ao ano, a correção da poupança permanecerá sendo de 70% desse valor – o equivalente a 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.

disponível em: g1.globo.com/economia

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