Por que recorrer das multas de trânsito

Motivos para a entrada com recurso

A maioria dos condutores não tem um total conhecimento sobre o que é considerado infração pelo CTB. Assim, muitas vezes podem ser acusados de infrações que sequer sabiam ter cometido e, em razão de não julgarem as atitudes que cometem comprometedoras da segurança e da organização do trânsito, acabam sendo surpreendidos pela Notificação de Autuação.

Entretanto, existem casos em que o condutor é acusado de ter cometido uma infração e, justamente por não ter conhecimento suficiente da lista de infrações postulada pelo CTB, realiza o pagamento sem questionar se a penalidade é ou não justa.

Porém, é preciso que todo condutor esteja bastante atento e saiba identificar se a infração foi de fato cometida ou não. Isso é importante porque os agentes fiscalizadores e os equipamentos de fiscalização podem falhar ao registrarem uma infração, por falta de capacitação ou, no caso dos equipamentos, por apresentarem problemas em seu sistema que impedem o registro exato do veículo.

O recurso da multa aplicada, nestes casos, pode evitar que o motorista tenha de pagar por uma infração que não cometeu, impedindo também que seja somada pontuação em sua CNH decorrente da penalidade que lhe está sendo atribuída.

Outro motivo que caracteriza uma vantagem ao condutor é a possibilidade de converter multa em advertência. Tendo cometido uma infração média ou leve, o condutor tem a possibilidade de entrar com esse pedido.

Os condutores que não têm reincidência da infração cometida no período dos últimos 12 meses, antes de ser registrada a falta, podem facilmente dar entrada com este pedido, tendo grandes chances de tê-lo deferido.

Uma questão que deve ser ressaltada, ao tratarmos de recursos de multas de trânsito, é sobre o prazo para ser dada a resposta final para cada etapa de recurso administrativo na qual o condutor pode recorrer.

Em muitos casos, a resposta para cada etapa demora a ser expedida e, apesar de vermos isso como um ponto negativo, a demora pode trazer vantagens ao condutor penalizado, quando essa penalidade gera pontos que podem levar à suspensão de CNH.

Levando em consideração o fato de que os pontos atribuídos à CNH do condutor pela infração cometida não podem ser somados antes da resposta final de todas as etapas de recurso, a somatória de 20 pontosnecessários para que haja a suspensão pode nem acontecer.

Mas como isso é possível? A pontuação tem uma validade de 12 meses, cuja contagem inicia assim que a penalidade é registrada. Portanto, é possível que não haja suspensão por acúmulo de pontos, pois os pontos anteriores podem vencer o seu prazo antes de o recurso ser julgado.

Assim, entrar com recurso pode “atrasar” a realização dessa somatória, impedindo que haja motivos para suspensão.

Dessa forma, como podemos ver, há muitos motivos que tornam o recurso de multa uma ação válida a ser assumida por todo condutor que sentir a necessidade de recorrer da penalidade que lhe é atribuída.

Entrando com recurso

É comum que os motoristas não conheçam as formas de entrada com recurso e os órgãos a que devem recorrer em cada uma das etapas de defesa que estão disponíveis. Porém, entrar com recurso de multa é mais fácil do que a maioria dos condutores imagina.

Para entrar com recurso, o condutor possui três momentos em âmbito administrativo. O primeiro é a Defesa Prévia, etapa em que se pode recorrer assim que a Notificação de Autuação é recebida. Nessa etapa, o condutor pode recorrer em qualquer unidade de atendimento de trânsito, podendo também enviar o recurso por correio, com data de também 30 dias após o recebimento da Notificação de Autuação.

Se o condutor tiver a Defesa Prévia indeferida, ele deve seguir para a segunda possibilidade, que é entrar com recurso em Primeira Instância. O recurso em Primeira Instância deve ser encaminhado à JARI, que é a Junta Administrativa de Recurso de Infração.

O procedimento de encaminhamento de recurso em Primeira Instância é o mesmo da Defesa Prévia: o condutor deverá levar a mesma documentação e terá, assim como para o primeiro momento de recurso, 30 dias após ser informado da penalidade. Nesse caso, ele terá 30 dias após ter sido lançado o resultado do recurso com o qual se entrou em Defesa Prévia.

Se o recurso enviado à JARI for indeferido, o condutor infrator poderá recorrer em Segunda Instância. O recurso em Segunda Instância é encaminhado Conselho Estadual de Trânsito, o Cetran, tendo novamente 30 dias para encaminhar a defesa.

O recurso junto ao Cetran é a última possibilidade de defesa em esfera administrativa. Se ela for indeferida, o condutor pode recorrer somente em âmbito jurídico.

Entretanto, conforme já foi explicado, o condutor que cometer infração deve aproveitar a oportunidade de entrada com recurso administrativo que lhe é oferecida. Em muitos casos, ele pode resolver o problema das multas indevidas.

Disponível em: jusbrasil

Compartilhar

Outras postagens

selo Analise DNA e Fenalaw - PAJUR

PAJUR – Selo de Reconhecimento no Prêmio Análise DNA+Fenalaw 

Em outubro de 2024, o Barioni e Macedo Advogados celebrou uma conquista notável: a obtenção do Selo de Reconhecimento no prestigiado Prêmio Análise DNA+Fenalaw 2024, na categoria Tecnologia.
O PAJUR é uma plataforma inovadora que proporciona uma comunicação rápida, eficiente e segura entre advogados e clientes. Entre suas principais características estão:

Interface Intuitiva: Facilita a navegação e o uso, permitindo que clientes solicitem serviços e diligências de forma prática.
Comunicação Dinâmica: Oferece opções de interação via texto e áudio, com registro e armazenamento seguro de todas as conversas e arquivos.
Gestão Eficiente de Demandas: Centraliza as informações e permite o acompanhamento em tempo real do status das solicitações.
Notificações Automatizadas, Segurança e Conformidade

A Necessidade de Modulação dos Efeitos do Tema 1335 do STF (repercussão geral) relativo à Aplicação da taxa SELIC para Pagamentos de Precatórios pela Fazenda Pública

A modulação dos efeitos do Tema 1335 do STF far-se-á essencial para garantir justiça e segurança jurídica. Ao modular os efeitos da sua decisão, o STF evitará prejuízos aos jurisdicionados que, com base em decisões judiciais definitivas, já haviam assegurado o direito à incidência da SELIC sobre o valor dos seus precatórios (durante o “período de graça”), mesmo porque entendimento contrário a este poderá redundar na inundação de novas ações judiciais (Ações Rescisórias) e em centenas de milhares de (…)

inteligência artificial

O Impacto do Uso Consciente da Inteligência Artificial nas Empresas

A inteligência artificial (IA) tem se tornado uma força transformadora no mundo empresarial, revolucionando a maneira como as empresas operam, tomam decisões e interagem com seus clientes.
Neste artigo vamos destacar as vantagens, desafios e práticas recomendadas com o uso de IA, para garantir que os benefícios sejam plenamente realizados sem comprometer aspectos éticos, sociais e econômicos nas empresas.
O uso consciente da inteligência artificial tem o potencial de transformar profundamente as empresas, proporcionando benefícios significativos (…)

taxa legal

A Lei 14.905/2024 e os Novos Critérios de Atualização Monetária e Juros de Mora

A Lei nº 14.905, sancionada em 28 de junho de 2024 e vigente desde 1º de setembro, trouxe mudanças profundas e amplamente discutidas no regime de correção monetária e na aplicação da taxa de juros no direito brasileiro. Com impacto direto sobre obrigações civis, tanto contratuais quanto extracontratuais, essa lei visa uniformizar as regras para corrigir o valor de dívidas e calcular os juros de mora, especialmente quando as partes envolvidas não estipulam previamente tais condições.
Um dos principais avanços introduzidos pela nova legislação é a utilização do IPCA/IBGE para correção monetária e da Taxa Selic, deduzida do IPCA, como taxa legal de juros.

Enviar mensagem
Precisa de ajuda?
Barioni e Macedo Advogados
Seja bem-vindo(a)!
Como podemos auxiliá-lo(a)?